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Casos Clínicos / Tiger – Leishmaniose num ROTTWEILLER

Tiger – Leishmaniose num ROTTWEILLER

O Tiger, um Rottweiller com 6 anos de idade, foi-nos apresentado para consulta por apresentar muita caspa, feridas nas orelhas e estar mais magro. Logo no início do exame físico se demonstrou que o Tiger não era de muitas confianças. Foi necessário mantê-lo com açaime. O exame clínico completo fez suspeitar que o Tiger tinha leishmaniose, uma doença provocada pela picada de um mosquito flebótomo. Apresentava os sinais típicos da doença: descamação cutânea furfurácea abundante e generalizada, perda de massa muscular na zona dos crotáfitas, hiperqueratose nasal e das almofadas palmares e plantares, com erosão e ulceração de algumas das almofadas. Nas extremidades dos pavilhões auriculares apresentava feridas ulcero-crostosas com restos de sangue seco acumulado. Apresentava também linfadenopatia superficial generalizada, esplenomegália e palidez das mucosas. A alimentação era baseada em granulado de fraca qualidade, sendo que o apetite se mantinha normal. Apenas a actividade já não era a mesma, notando-o menos activo. Colhemos amostras de sangue e foi efectuado de imediato um teste rápido de despiste de leishmaniose. Tal como se suspeitou o teste veio confirmar que o Tiger tinha sido infectado pela leishmaniose. As restantes análises de sangue vieram a revelar algumas alterações no leucograma e no proteinograma mas que não impediam a recuperação do Tiger. O teste de imunofluorescência veio confirmar o resultado positivo do teste rápido. Foi implementado um tratamento específico contra a doença bem como um suporte vitamínico e uma alimentação equilibrada e de boa qualidade, que satisfizesse as necessidades acrescidas do Tiger.
A leishmaniose é uma doença parasitária grave e potencialmente fatal, provocada pelo protozoário Leishmania spp., e transmitida pela picada de mosquitos hematófagos do género Phlebotumus. A Leishmaniose é uma zoonose, podendo afectar não apenas o cão, mas também o Homem. É uma doença endémica em Portugal e em toda a bacia mediterrânica, afectando anualmente 2,5 milhões de animais na Europa. A prevenção da picada de flebótomos é indispensável na estratégia de prevenção e tratamento da doença. Desde Maio de 2011, de forma pioneira na Europa, Portugal conta com uma nova arma na prevenção – a vacina contra a leishmaniose. O laboratório responsável pela sua produção recomenda a vacinação de todos os cães com idade superior a 6 meses e que ainda não tenham sido infectados.


Fotografia da cabeça do Tiger, mostrando as feridas no pavilhão auricular, descamação cutânea e palidez.

Fotografia do Tiger mostrando em mais pormenor o aspecto das feridas auriculares. Note-se também o estado de magreza.
Centro Médico Veterinário de Cabeço de Mouro
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